miércoles, 13 de julio de 2016

CON M DE MACRI Y DE MIERDA

Missa argentina na Notre-Dame 

causa

 polêmica

Assembléia de Cidadãos Argentinos da França denuncia em carta ao cardeal de Paris 

os graves retrocessos impostos pelo presidente Macri.

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Leneide Duarte-Plon, de Paris
Casa Rosada
O governo Macri, através da embaixada argentina, misturou recentemente, em Paris, religião e política, prática que choca profundamente na França, o país mais laico da Europa.
 
Indignados com o fato de a embaixada ter programado uma missa na igreja Notre-Dame de Paris, por ocasião dos festejos do bicentenário da independência, dia 9 de julho, a Assembléia de Cidadãos Argentinos da França enviou ao cardeal de Paris, Jean Vingt-Trois, uma carta denunciando os graves retrocessos impostos pelo governo do presidente Mauricio Macri. Além disso, o país vem assistindo a uma campanha de imprensa contra o papa Francisco e seu posicionamento social. 
 
Assinado por Alejandro Maudet, presidente da instituição, o documento expõe ao cardeal os ataques do neoliberalismo, desencadeados desde que o novo presidente assumiu o poder « anulando conquistas que permitiram ao país se recuperar do desastre de 2001, além de limitar as liberdades públicas ». 
 
« Alem de ser contrário ao princípio de laicidade que toda república moderna consagra, nós não gostaríamos que essa cerimônia possa ser interpretada como um apoio ao atual governo argentino. Principalmente pelo fato de numerosos membros do coletivo argentino, refugiados na França durante a última ditadura militar, terem sido apoiados pela Igreja da França. » 




 
Prisioneira política e reavaliação de sentenças
 
Inaugurando tempos sombrios, o governo do presidente Macri já conta com uma prisioneira política. Milagro Sala, uma dirigente social autóctone da provincial de Jujuy (do norte do país) está detida ilegalmente desde o dia 16 de janeiro, por ser a principal opositora política ao governador radical Gerardo Morales, aliado de Macri. As péssimas condições de detenção já foram denunciadas por organizações de defesa dos direitos humanos. O papa Francisco lhe enviou um rosário para demonstrar sua solidariedade.
 
A política ultraliberal colocada em vigor pelo novo governo no primeiro semestre do ano já ocasionou uma desvalorização do peso, uma grande abertura da economia às importações em detrimento da produção nacional, um aumento dos preços e um desemprego galopante que se seguiu a demissões em massa. 
 
A própria Igreja argentina estima em mais de 1,4 milhões de novos pobres como consequência dessas medidas.
 
Além dos ataques aos direitos humanos e da supressão de organismos governamentais que atuavam nessa área, já começaram a surgir declarações negacionistas quanto às vítimas da ditadura. 
 
Pior, muito pior : alguns magistrados se veem tentados a reavaliar os julgamentos de responsáveis por crimes contra a Humanidade.
 
Religiosos franceses desaparecidos
 
O cardeal de Paris é informado que « a nação argentina foi construída como resultado de uma oposição entre os governos e forças que defendiam reformas sociais, de soberania e emancipação econômica, e elites comprometidas com a dominação neocolonial ». 
 
Para defender interesses dessas elites, vários regimes ditatoriais foram impostos ao povo argentino. O último deles, que durou de 1976 a 1983, deixou 30 mil desaparecidos e assassinados. 
 
A carta lembra que entre os desaparecidos da ditadura argentina, há três religiosos franceses : Leonie Duquet, Alice Domon e Gabriel Longueville. 
 
A brutalidade das medidas tomadas pelo novo governo vem desencadeando fortes reações: a associação dos Padres pelos Pobres denunciou vigorosamente a política de ajuste do governo bem como a corrupção das elites, o que lhe valeu represálias. Na semana passada, a paróquia da Ilha Maciel, sede da assiciação, foi destruída. 

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